O céu tem um visitante discreto que tem dado muito que falar: o asteroide 2025 PN7, um objeto que viaja quase no ritmo da Terra e que se enquadra na categoria de quase-lua, embora não seja um segundo satélite natural.
Seu primeiro disco recente veio de Pan-STARRS 1 (Haleakalā, Havaí) em 2 de agosto, e sua natureza como um quase-satélite foi detalhada pelo Os astrônomos espanhóis Carlos e Raúl de la Fuente Marcos nas Notas de Pesquisa da AAS, reforçando o interesse europeu neste curioso companheiro.
O que é 2025 PN7 e como ele se move?

É um pequeno corpo rochoso, cerca de 20 metros de diâmetro, que faz parte do Grupo Arjuna, um grupo de asteroides cujas órbitas ao redor do Sol são muito semelhantes às da Terra.
Ao contrário da Lua, 2025 PN7 não orbita a Terra; orbita o Sol quase em sincronia com o nosso planeta, o que daqui cria a impressão de que está a “acompanhar-nos”. Mesmo nas suas aproximações mais próximas, permanece várias vezes a distância que nos separa da Lua.
Seu brilho é extremamente tênue: atinge um magnitude aparente próxima a 26, um recorde ao alcance de pouquíssimos telescópios, e por isso passou despercebido por décadas, apesar de estar em nossa vizinhança solar.
Visto da Terra, seu movimento desenha uma laço elíptico aparente, o resultado da pequena diferença de velocidade e posição em relação à nossa órbita; é um efeito geométrico, não uma captura gravitacional estável como a da Lua.
Por quanto tempo ele vai ficar por aqui?
Modelos dinâmicos indicam que 2025 PN7 está conosco há muito tempo. cerca de seis décadas e continuará nesta configuração por mais alguns anos, com a expectativa de permanecer até aproximadamente 2083 antes de ser gradualmente eliminado.
Especialistas enfatizam que não representa perigo: mesmo em seu ponto mais próximo, ele permanece muito distante em termos práticos, e qualquer mudança relevante em sua trajetória seria detectada com bastante antecedência pelo redes de vigilância.
O que dizem as agências e quem as nomeia
Ao contrário de algumas manchetes, o NASA não emitiu uma declaração oficial proclamando uma “segunda lua”. A autoridade para designações e classificações no Sistema Solar cabe ao União Astronômica Internacional (IAU).
Portanto, o nome correto para 2025 PN7 é quase-lua ou quase-satélite: acompanha a Terra em sua jornada solar, mas não é gravitacionalmente limitado como nosso satélite natural.
Interesse pela Espanha e pela Europa
A participação dos irmãos de la Fuente Marcos destaca a importância da investigação em Espanha e do acompanhamento a partir das infraestruturas europeias dedicadas aos NEOs, contexto em que o PN7 2025 oferece dados valiosos sobre dinâmica orbital.
Além do título chamativo, este pequeno objeto abre a porta para oportunidades de estudo sobre como a Terra interage com rochas próximas ao Sol e sobre possíveis estratégias de observação; seu tamanho, no entanto, dificulta sua visualização a olho nu.
Tudo indica que 2025 PN7 será um companheiro de viagem, sem risco, detectado graças ao Pan-STARRS e estudado por pesquisadores espanhóis; se os cálculos estiverem corretos, ele nos acompanhará até por volta de 2083 antes de continuar seu caminho solar solo.