Após o impacto causado pela queda de energia em abril do ano passado, o Governo espanhol decidiu reforçar o seu apoio ao sector das energias renováveis com a aprovação do Real Decreto-Lei 7/2025, que introduz uma conjunto de medidas regulatórias destinadas a garantir a viabilidade de centenas de projetos solares e eólicos em risco de cancelamento. Esta resposta surge num momento crítico, com o setor a enfrentar entraves burocráticos, redução de investimentos e um contexto de queda dos preços da energia. A nova regulamentação pretende dar um impulso aos promotores e garantir a continuidade do processo de transformação de energia, considerada essencial para a segurança energética e autossuficiência do país.
O decreto responde à Reivindicações da indústria de energias renováveis e das principais associações do setor, que vinha alertando para o perigo de uma triagem massiva de projetos, motivada pelo término dos prazos administrativos e pela lentidão na concessão de licenças. Com medidas que flexibilizem esses prazos e agilizem os procedimentos, o Governo pretende abrir caminho para as metas ambiciosas do Plano Nacional Integrado de Energia e Clima (PNIEC) e fortalecer a competitividade da Espanha em termos de sustentabilidade.
Prorrogações e flexibilidade para evitar cancelamento de projetos de energia renovável
Um dos principais eixos do decreto real é a prorrogação dos prazos para o início da atividade de usinas solares e eólicas. sem perder o direito de acesso à rede elétrica, situação que afetou dezenas de projetos já construídos ou em fase avançada de execução. O Executivo concede agora prorrogações de até três anos e permite o reagendamento do início das atividades das instalações, tanto para empreendimentos com direitos anteriores a 2018 quanto para aqueles posteriores, reconhecendo o peso dos atrasos em licenças, recursos judiciais ou procedimentos administrativos fora do controle dos incorporadores.
Da Transição Ecológica a importância de uma implantação ordenada e eficiente de energias renováveis, que leva em consideração os gargalos decorrentes do aumento da demanda de eletricidade e as limitações da rede de transmissão atual. Portanto, os prazos são suspensos em caso de atrasos judiciais, e as comunidades autônomas podem rever a validade do cumprimento dos marcos caso sejam comprovadas causas imprevistas e alheias à vontade das empresas.
A estabilidade do armazenamento e do sistema vêm à tona
O armazenamento de energia torna-se protagonista e elemento-chave do novo quadro regulatórioO decreto reconhece a utilidade pública desse tipo de infraestrutura, o que facilita sua tramitação e abre caminho para sua integração como geradores e consumidores no sistema elétrico. Flexibiliza a hibridização de instalações renováveis com sistemas de armazenamento, evitando a duplicação de processos de aprovação e conferindo maior estabilidade jurídica aos projetos.
Além disso, as usinas renováveis poderão participar ativamente envolvido em serviços de regulação de tensão e balanceamento e ajuste de sistemas, funções anteriormente reservadas, em grande parte, à geração convencional. Esta medida, endossada pela CNMC, permitirá que tecnologias verdes contribuam para a estabilidade da rede, especialmente em cenários de alta penetração de energias renováveis e preços baixos.
Agilizar procedimentos e apoiar a eletrificação
Entre as novas ferramentas administrativasO governo está introduzindo procedimentos simplificados para modernização de instalações (renovação de equipamentos antigos), acesso preferencial a projetos que integrem armazenamento e isenção de avaliações ambientais para modificações dentro do perímetro autorizado. Também esclarece a responsabilidade operacional pela infraestrutura de evacuação compartilhada, exigindo acordos vinculativos que evitem bloqueios e conflitos entre os desenvolvedores.
O decreto promove a eletrificação da demanda tanto no setor doméstico quanto no industrial. Promove a instalação de pontos de carregamento para veículos elétricos, a promoção de tecnologias eficientes, como a energia aerotérmica, e a criação de clusters industriais eletrificados. Além disso, estão sendo introduzidos incentivos fiscais (descontos no IPTU, IPTU ou isenção do IPTU) para tecnologias elétricas de baixo consumo, e mecanismos de autoconsumo compartilhado estão sendo facilitados, ampliando o raio permitido para 5 quilômetros entre consumidores conectados à mesma rede de baixa tensão.
Reforço do operador de rede e monitoramento do sistema
A reforma também atualiza o papel do operador do sistema elétrico e o planejamento da rede. Exige a adaptação periódica do plano de investimentos a cada três anos e estabelece mecanismos para liberar recursos. capacidade de acesso bloqueada por direitos não utilizadosIsso permitirá a entrada de novas atividades industriais e projetos de energia renovável em regiões onde o congestionamento da rede elétrica anteriormente impedia isso. Ao mesmo tempo, o tempo máximo de conexão para novas demandas é reduzido e o uso de infraestrutura subutilizada é otimizado.
No nível regulatório, a CNMC terá que implementar um plano extraordinário de inspeção focado na capacidade operacional dos diversos agentes do sistema, com o objetivo de garantir uma resposta a futuras situações de estresse extremo ou apagões.
Uma estrutura mais estável e dinâmica para acelerar a transição energética
Este conjunto de medidas representa uma ponto de viragem para o desenvolvimento das energias renováveis em EspanhaO novo quadro operacional visa reduzir a incerteza regulatória, garantir a viabilidade financeira e técnica dos projetos e maximizar a integração das energias renováveis na matriz energética nacional. O consenso entre instituições, associações empresariais e partes interessadas técnicas destaca que, com este impulso, o sistema elétrico espanhol estará mais bem preparado para enfrentar os desafios de uma transição energética rápida e ordenada, alinhada com os objetivos climáticos e de reindustrialização.