O impacto das alterações climáticas e as políticas da Alemanha para as enfrentar

  • A Alemanha enfrenta severos desafios climáticos que afetam sua agricultura e recursos hídricos.
  • O país prometeu atingir a neutralidade de carbono até 2045.
  • Iniciativas internacionais são cruciais para abordar as mudanças climáticas em nível global.
  • A nova legislação visa uma adaptação eficaz e estruturada aos efeitos das mudanças climáticas.

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As consequências das mudanças climáticas estão sendo sentidas em todo o mundo. De fenômenos como terremotos e erupções vulcânicas a ondas de calor devastadoras, as evidências são inegáveis. Somente neste ano de 2015, ocorreram inúmeros desastres naturais que afetaram diversas regiões, como os terremotos no Nepal e a erupção do vulcão Cabulco no Chile. Esses eventos não são meramente incidentais, mas refletem uma tendência alarmante, indicando que a pior ameaça à humanidade já está aqui e veio para ficar.

A Alemanha está sofrendo os efeitos da mudança climática.

Especificamente, na Alemanha, uma seca vem causando estragos em campos de cultivo e reservatórios de água potável. Segundo Mojib Latif, pesquisador da Universidade de Kiel, este é apenas o começo da sinais inconfundíveis que as consequências das mudanças climáticas estão sendo sentidas. Latif adverte que se não forem tomadas medidas drásticas para travar estes efeitos, tanto a secas pois as chuvas se tornarão cada vez mais intensas, o que prejudicará tanto os cidadãos quanto os agricultores. Além disso, os efeitos das mudanças climáticas na flora e fauna europeias podem ser encontrados em um estudo que aborda esse tópico.

O pesquisador ressalta que, nas últimas décadas, houve um aumento notável na freqüência desses dois fenômenos extremos (secas e precipitações). Se a situação continuar nesse curso, alerta Latif, a partir de 2050, a sociedade inevitavelmente terá que se adaptar a um clima cada vez mais mutável. Esse futuro incerto ecoa relatos de como grandes inundações na Europa se tornarão mais frequentes até o final do século.

Embora Latif veja as mudanças climáticas como uma realidade inegável, há quem permaneça cético. No entanto, seu prognóstico é claro: Até o final deste século, os agricultores alemães terão que enfrentar perdas significativas. devido ao clima imprevisível. Isso desencadeará um efeito dominó que afetará toda a população, pois os preços dos alimentos provavelmente aumentarão devido à crescente demanda em um momento de produção cada vez mais difícil. Nesse sentido, a Alemanha enfrenta desafios significativos que estão sendo discutidos em vários fóruns.

Mas nem tudo está perdido. Há motivos para ser otimista. Uma conferência da ONU será realizada em Paris em dezembro, onde se espera que seja alcançado um acordo que comprometa todos os países a combater em conjunto esse grave problema. Manter a esperança na ação coletiva global é vital para o futuro do planeta.

Contextualizando as mudanças climáticas na Alemanha

No contexto europeu, a Alemanha se consolidou como líder em política climática, promovendo iniciativas e colaborações em nível internacional. Isso é vital porque limitar o aumento da temperatura global só pode ser alcançado se todos os países trabalharem juntos. Um dos elementos-chave desta luta é o “Acordo Verde” da União Europeia, que estabelece como objectivo atingir neutralidade climática até 2050. A Alemanha assumiu um papel ativo nessa missão, apoiando reformas e modificações nas políticas de comércio de emissões da UE e aumentando o preço do CO2 para incentivar a proteção climática.

O Governo Federal Alemão também buscou estabelecer parcerias climáticas com outros países, especialmente os em desenvolvimento, para ajudá-los a abandonar a produção de energia baseada em carvão. Isto está em consonância com os compromissos estabelecidos em vários acordos internacionais, onde a Alemanha se comprometeu mais de seis mil milhões de euros para proteção climática e adaptação em nações que precisam. As implicações desse investimento são cruciais para entender como a Alemanha e as mudanças climáticas estão abordando o contexto global.

Internamente, a situação na Alemanha continua preocupante. Ondas de calor, secas e outros eventos extremos começaram a se tornar mais comuns. Entre 1991 e 2018, o calor extremo causou a morte de mais de 22,000 pessoas no país e, se as emissões continuarem sem controle, estima-se que o número de mortes relacionadas ao calor pode quadruplicar até 2050. A necessidade de implementar medidas de adaptação às mudanças climáticas se torna cada vez mais crítica.

Este cenário levanta a necessidade urgente de ação rápida, uma vez que as medidas de adaptação às consequências das alterações climáticas demoram muitas vezes anos a tornar-se eficazes. Relatórios do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) indicam que as mudanças climáticas podem piorar as condições de vida, especialmente para as gerações futuras. Esses relatórios são essenciais para contextualizar os desafios enfrentados pela Alemanha e as mudanças climáticas em seu território.

Desafios legais e políticos na luta contra as alterações climáticas

A recente condenação do governo alemão pelo Tribunal Administrativo Superior de Berlim-Brandemburgo destaca a falta de ação na luta contra as mudanças climáticas. O Tribunal ordenou ao Executivo que tome medidas urgentes para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa, especialmente nos sectores da transporte y construção, que são responsáveis ​​por 20% e 30% das emissões de CO2, respectivamente. Esta decisão destaca a pressão enfrentada pelo governo de Olaf Scholz, que aguarda sua participação na COP28.

O tribunal instou o governo federal a tomar medidas rápidas e implementar um programa de emergência em setores críticos. A decisão se baseia em uma queixa apresentada por organizações ambientais acusando o governo de não lidar com o aquecimento global. As ONGs saudaram a decisão, afirmando que o Tribunal deixou claro que o governo deve cumprir suas próprias metas climáticas. A inadequação dessas medidas é um tema recorrente nas discussões sobre como a Alemanha e as mudanças climáticas estão inter-relacionadas.

A legislação alemã de proteção climática define limites máximos de emissão de CO2 para cada setor. Se esses limites forem excedidos, os ministérios relevantes devem enviar um programa de emergência para reduzir as emissões dentro de três meses. No setor de transporte, os níveis permitidos foram excedidos em mais de 3.1 milhões de toneladas e, em construção, para 2.5 milhões de toneladas. Isso indica que as medidas implementadas até agora foram insuficientes, abordando apenas 5% da lacuna entre as emissões reais e os limites impostos por lei.

Compromissos climáticos e futuro da Alemanha

Com o objetivo de reduzir as emissões de gases com efeito de estufa em 65% até 2030, em comparação com 1990, e em 88% até 2040, a Alemanha caminha para neutralidade de carbono em 2045. Este é um avanço significativo em comparação aos objetivos anteriores. Para atingir isso, a coalizão governante estipulou que 80% da eletricidade deve vir de fontes renováveis ​​até 2030. Esses planos são um passo importante na direção certa, mas ainda há muito a ser feito.

Um dos desafios mais significativos para a Alemanha é alcançar essa transição energética e, ao mesmo tempo, garantir a estabilidade econômica e social do país. Isso inclui investimentos significativos em tecnologia para produção de energia renovável, eficiência energética e descarbonização de indústrias de uso intensivo de energia. A implementação de um sistema de precificação de carbono e a eliminação gradual do uso de carvão para produção de eletricidade também estão na agenda de reformas. Essa abordagem é essencial, especialmente considerando estudos recentes que confirmam os efeitos das mudanças climáticas.

Iniciativas Internacionais

Em nível internacional, a Alemanha aderiu à Coalizão Clima e Ar Limpo desde 2012, refletindo seu compromisso com o combate às mudanças climáticas e à poluição do ar. Este esforço se concentra na redução de poluentes climáticos de curta duração (SLCPs), que são responsáveis ​​por aumentos significativos de temperatura e deterioração da qualidade do ar em muitos países. Esta coalizão busca promover medidas integradas para abordar as mudanças climáticas e a poluição do ar, destacando o foco da Alemanha na saúde ambiental global.

A Alemanha apoiou diversas iniciativas climáticas, alocando cerca de € 130 milhões em estímulo econômico que não só busca estabilizar a economia, mas também abordar urgentemente a crise climática. Em 2019, o país financiou 46 projetos em todo o mundo para reduzir poluentes climáticos, abrangendo áreas como produção de energia, transporte, agricultura e gestão sustentável de resíduos. Esse tipo de financiamento é crucial para entender o papel da Alemanha no esforço global de combate às mudanças climáticas.

A promoção de tecnologias de hidrogênio, como parte da Estratégia Nacional de Hidrogênio da Alemanha, também está sendo implementada dentro de um cronograma que prevê que a infraestrutura de hidrogênio esteja operacional até 2028. Isso representa um passo significativo em direção à adoção de fontes de energia limpas e sustentáveis. É essencial que a Alemanha e outros países se comprometam firmemente com as metas e acordos internacionais sobre mudanças climáticas.

A Lei de Adaptação às Mudanças Climáticas recentemente adotada na Alemanha visa estabelecer uma estrutura estratégica que coordene os esforços de adaptação em todos os níveis de governo. Essa estrutura permitirá uma abordagem mais estruturada às medidas de adaptação e à implementação de metas específicas e alcançáveis. Espera-se que esta lei entre em vigor em meados de 2024, o que é uma resposta necessária aos desafios emergentes decorrentes das mudanças climáticas.

Com a crescente pressão sobre os recursos hídricos e agrícolas em muitas regiões, políticas voltadas à sustentabilidade e à adaptação estão se tornando cada vez mais relevantes. Investir em tecnologia e práticas sustentáveis ​​é fundamental para mitigar os efeitos das mudanças climáticas e garantir um futuro mais seguro e próspero para as gerações futuras.

A perspectiva global também deve incluir esforços conjuntos para preservar a biodiversidade e minimizar os impactos negativos nos ecossistemas. A cooperação internacional é essencial para enfrentar esses desafios, pois as mudanças climáticas não conhecem fronteiras e afetam todos os países de forma interconectada.

À medida que os esforços para conter o aquecimento global se intensificam, é vital que a Alemanha continue a liderar o caminho na implementação de políticas climáticas eficazes e que outros países sigam seu exemplo. Somente por meio de um compromisso coletivo e determinado poderemos enfrentar e superar os efeitos devastadores das mudanças climáticas, garantindo um planeta habitável para as gerações futuras.

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